núcleo é qualquer elemento que ocupa a posição central na composição de uma estrutura; núcleo é ponto a partir do qual as coisas emanam ou para onde as coisas convergem; núcleo é a parte essencial, primordial de alguma coisa; núcleo é a melhor parte de algo, aquilo que, entre outras coisas, goza de mais prestígio; núcleo é corpo arredondado ou oval encontrado no citoplasma das células eucarióticas, revestido pela membrana nuclear; núcleo é uma massa de ferro ou de outro elemento ferromagnético como percurso para o fluxo magnético no interior de uma bobina; núcleo é a parte capaz de gerir funções básicas do sistema e organizar as restantes.
do conceito núcleo nasce o projeto. e isso se dá, principalmente,
pela intenção de construir uma estrutura, tanto espacial e reconhecível aos olhos, quanto um elemento centralizador, capaz de qualificar o morro santa tereza e amarrar as demais ações de projeto.
pela intenção de construir uma estrutura, tanto espacial e reconhecível aos olhos, quanto um elemento centralizador, capaz de qualificar o morro santa tereza e amarrar as demais ações de projeto.
partindo do pressuposto do entendimento do núcleo não só como um objeto arquitetônico, mas, principalmente, como um elemento de caráter regenerador social, o conceito de cultivo intelectual surge para auxiliar a proposta. tal conceito é um conjunto de ações e práticas cotidianas capazes de definir uma sociedade e uma época. essa configuração deve, pois, se dar de uma forma espontânea, influenciada por diversos fatores e proporcionada por uma instituição com o compromisso de proteção e responsabilidade social. nesse sentido, o núcleo ganha caráter de espaço construído, isto é, um local para atendimento e atividades de cunho socioeducativo.
a proposta tem no seu caráter não uma solução acabada, mas uma possibilidade de enfrentamento pertinente a cada situação. contribuindo em revelar, por muitas vezes, problemas da arquitetura e da cidade atual que foram ou são gerados a partir das transformações dos grandes centros urbanos decorrentes de mudanças tanto do sistema produtivo, da requalificação de áreas, da implementação do sistema de transporte e até da pressão do mercado imobiliário.
tal objeto arquitetônico surge, incrustado na antiga saibreira, como uma cicatriz. marcando a cura de um sucessório processo de violência sofrido tanto pela natureza quanto pelos jovens que, abrigados pelo morro santa tereza, participam do processo de reinserção social promovido pela fase. a cicatriz, um marco capaz de ser observado e, fundamentalmente, observar a cidade de porto alegre se faz presente como algo construído para nunca deixa esquecer a importância da construção de uma sociedade justa capaz de formar cidadãos íntegros e humanos.



núcleo | o elemento arquitetônico que constitui o centro da composição é um edifício hiperbólico de 11 pavimentos. tal qual o núcleo de uma célula, ele se apresenta revestido por uma membrana, que nesse caso é de politetrafluoretileno semitranslúcido. o volume compreende programa socioeducativo além de um restaurante e um mirante. em relação ao caráter social, apresenta salas voltadas ao ensino da música, da dança, do esporte, das artes plástica, além de salas de estudo e salas multiuso. o programa conta, também, com quadras esportivas e piscina. essa centralidade resultante de uma sequência de eventos guiados pelos percursos criados ao longo do morro define estares de ócio e tempo livre e espaços destinados a objetivos mais concretos, isto é, cultura, educação e esporte. tal volume surge incrustado na antiga saibreira e apoiado sobre uma um prisma enterrado que além de compreender o acesso principal, ele abriga, ainda, uma biblioteca com todas as funções que correspondem a esse uso. no terraço desse volume, um palco é conformado pela natureza que avança. um lugar hibrido, capaz de receber diversas atividades artísticas e performáticas, tendo, na membrana do volume superior, uma tela em branco capaz de receber projeções e de se iluminar como um farol quando na escala da cidade.



