
guaratuba exibe uma paisagem única. a Igreja Matriz, patrimônio histórico da União pelo IPHAN, é a protagonista de um cenário que soma a ambiência de centro histórico emoldurado pelas serras circundantes à baía. a proposta do projeto tem como estratégias a recuperação do traçado original da praça, a criação de uma esplanada para atender o repertório de festas tradicionais da cidade, e a presença de vegetação, sobretudo nativas, para estimular o desenvolvimento da fauna e da flora da região, exercendo papel fundamental no o equilíbrio ecológico do ambiente de mata nativa do entorno.


como premissa fundamental da proposta, a condição e vocação da área como sítio histórico definiu a estratégia de recuperar a proporção do traçado original: ampliar a área da praça e posicionar novamente a Igreja no eixo central.
a axialidade e centralidade da igreja matriz na configuração urbana de guaratuba foi suprimida ao longo dos anos tanto por reformas na praça como por obras viárias como o alargamento da av. 29 de Abril. entretanto, mesmo tratando-se de uma avenida com grande importância na malha da cidade e principal rota de acesso ao centro, a perspectiva de transformação do perímetro da Igreja em zona de preservação histórico cultural torna conveniente a reconfiguração e revisão do traçado urbano.

planta baixa do projeto
como primeira aproximação à questão da vegetação, retoma-se a condição histórica de “extensa praça coberta por relva”. assim, a relva predominante nas primeiras imagens da praça e ainda presente na memória dos moradores é sugerida através de uma pavimentação intercalada que mantém a presença do verde ao nível do chão. esta proposta preserva o aspecto de gramado ao mesmo tempo que possibilita ao visitante percorrer os canteiros, em mesmo nível, utilizando-os para estar e lazer.

corte A

corte B

corte C

corte D
na área central da praça, uma esplanada possibilita a concentração do público a fim de atender de forma dinâmica e flexível o repertório de festas, eventos e demais programas, além de possibilitar a contemplação da Igreja desde o eixo com a orla travessa luiz xavier sobrinho, evidenciando a conexão da praça com a orla.
a proposta pretende reunir atividades cívicas, atrações turísticas e culturais e ao mesmo tempo servir como ponto de encontro e lazer para os moradores e visitantes possibilitando múltiplas formas de apropriação do espaço.

a vegetação de maior porte configura as áreas permeáveis propostas prevalecendo a manutenção das espécies protegidas como a figueira e o pau-brasil e das espécies consolidadas na configuração atual da praça como jambolão, ligustro, dilênia, coqueiros e pinheiros-de-cook. a variação da vegetação considera o plantio de árvores nativas da região, com floração e frutificação, como Ipê-amarelo (tabebuia alba), pata-de-vaca (bauhinia forficata), manacá da serra (tibouchina sp.) e pitangueira (eugenia uniflora). estas espécies são propostas para compor a paisagem da praça, preservando a diversidade dos exemplares e delimitando zonas mais densas no perímetro externo junto à calçada. também no perímetro da praça, exemplares de corticeira do litoral (erythrina speciosa) permitem o sombreamento no verão e mantêm uma melhor insolação da praça durante o inverno.

a presença de vegetação, sobretudo nativas com flores e frutos, estimula o desenvolvimento da fauna e da flora da região, participando do equilíbrio ecológico do ambiente e exercendo papel fundamental na dispersão de sementes e adubação do solo. a identificação e o conhecimento destas espécies são importantes para a identidade local e para a educação ambiental da população. além disso, a escolha por espécies nativas serve como medida de proteção das áreas de mata no entorno, minimizando o risco de propagação de espécies exóticas.

